A Garota que Bebeu a Lua - Kelly Barnhill


Comecei a ler A Garota que Bebeu a Lua bem desanimada, ainda estava de ressaca do último livro e fui surpreendida!!!

O livro conta a história de um vilarejo miserável e seus moradores em constante luto por seus bebês entregues a terrível bruxa.

Todos os anos os Grãos Senhores tiram um bebê dos braços da mãe e deixam na floresta como oferenda à bruxa que assombra o lugar, pois assim ela os deixará viver em paz.

"Quantos sentimentos um coração consegue suportar? 
Olhou para a avó. Olhou para a mãe. Olhou para o homem que protegia sua família. 
Infinitos, pensou Luna. Assim como o universo é infinito. 
É luz e escuridão em movimentos eternos; é espaço e tempo, e tempo dentro do espaço. 
E ela soube: não há limites para o que um coração consegue carregar."



Nome: A GAROTA QUE BEBEU A LUA
Autora: Kelly Barnhill
Número de Páginas: 308
Editora: Galera Record
Lançamento: 2018



Sinopse: Todo ano o povo do Protetorado deixa um bebê como oferenda para a Bruxa que vive na floresta, na esperança de que o sacrifício a impeça de aterrorizar sua pequena cidade protegida pelos muros e pela Torre das Irmãs da Guarda. Mas, Xan, a Bruxa na floresta, ao contrário do que eles acreditam, é bondosa. Ela vive em paz com um Monstro do Pântano muito inteligente e um Dragão Perfeitamente Minúsculo.
Todo ano ela resgata o bebê deixado pelos Anciãos e o leva em segurança para uma família adotiva em uma das Cidades Livres do outro lado da floresta. Durante a longa viagem, quando a comida acaba, Xan alimenta os bebês com luz estelar. Em uma dessas ocasiões ela acidentalmente oferece a um deles a luz do luar, dotando a menininha de uma magia extraordinária. A bruxa então decide criar a menina “embruxada”, a quem chama de Luna. Conforme o aniversário de treze anos da menina se aproxima, sua magia começa a aflorar – e pode colocar em perigo a própria Luna e todos à sua volta.

Na real, eu já estava desistindo do livro, que história horrorosa!!! E depois que o Ian nasceu eu fiquei bem sensível com este assunto.

Mas então a autora apresenta a tal bruxa: que cria (mima) um dragão, discute poesia com o monstro do pântano e surpreendentemente pega os bebês que são abandonados na floresta, os alimenta com luz das estrelas, carrega no sling e deixa eles em lares cuidadosamente escolhidos!!!!

#morrideamores

Neste vilarejo vive Altain, que, para satisfazer sua mãe, está em treinamento para se tornar Grão Senhor. 

No primeiro Dia do Sacrifício em que participa parece que tudo dá errado, a mãe se recusa fortemente a entregar a bebê, em cima das vigas da casa ela grita e a bebê chora muito, essa mãe não aguenta e enlouquece após sua filha ser entregue para a "Bruxa" e é trancada em uma torre onde vivem as Irmãs das Estrelas.

As coisas dão "errado" também para a bruxa, ao resgatar a menininha abandonada, por um descuido, a alimenta com a luz da lua e não das estrelas, embruxando a garotinha, sem saber como agir decide ela mesma cuidar daquela nova bruxinha linda, de cachos tão negros e brilho vivo no olhar.



A partir deste ponto o livro conta várias histórias em paralelo:

A de Altain tentando se ajustar ao treinamento de Grão Senhor, mas sem nunca conseguir esquecer daquela mãe nas vigas da casa.

A da bruxa cuidando da Luna, vendo ela se tornar cada dia mais inteligente, amorosa e sensível, e seu poder crescer mais e mais.

E da mãe trancada na torre das irmãs, que na loucura da sua tristeza percebe que o mal não está na floresta, e sim dentro daquelas torres.


A Garota que Bebeu a Lua é o livro mais fofo que já li na vida. Cheio de reviravoltas e um modo muito delicado de narrar os acontecimentos. Quase não dá para sentir raiva dos vilões.
Ele nos faz refletir sobre nossas ações no dia a dia, em como deixamos de seguir nosso coração e somos condicionados a agir e pensar conforme uma crença ou um dogma que alguém toma como verdade. 

Em várias partes do livro ouvimos como resposta de algum questionamento a frase: "Mas sempre foi assim".

Me fez refletir, também, sobre a maldade que existe disfarçada de bondade ou de verdade absoluta. Quantas Devoradoras de Tristeza devem existir a nossa volta e não percebemos? Quantas vezes essas pessoas nos deixaram tristes por pura satisfação pessoal?

A frase que ficará gravada em minha memória é a lição que a Xan aprendeu muito pequena: "A tristeza é perigosa."

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